Livro Carreira Saudável por Rebeca Toyama

Livro Carreira Saudável

Criatividade, Originalidade e Iniciativa: A combinação perfeita para o homem vencer as máquinas.

Matéria escrita por: Rebeca Toyama

Estamos num bom momento para derrubarmos a crença que o mundo será salvo por um super-herói, um gênio, um político ou qualquer outro tipo de messias. Essa ilusão nos leva a ficar à espera de um milagre vindo do além e destrói a capacidade de termos iniciativas criativas e originais.

A 5ª habilidade destacada no ranking do “Relatório Futuro do Trabalho” do Fórum Econômico Mundial desmitifica a supremacia dos “Seres Criativos”, já que a tecnologia nos mostra que é muito mais fácil integrar conhecimentos entre máquinas do que entre seres humanos. Ao mesmo tempo essa habilidade nos convida a resgatar a originalidade oriunda da essência do ser humano para que sejamos capazes de promover iniciativas que resolvam a imensidão de desafios presentes do atual cenário.

IDEIAS REBELDES

Inspirada no livro do jornalista Matthew Syed, Ideias Rebeldes: A Diversidade de Pensamento Transformando Mentes quero fazer 3 provocações:

1.    Como ser criativo sem diversidade cognitiva?

“Como é inteligente uma pessoa que pensa igual a mim” costuma comentar Fábio Barbosa, que presidiu o Banco Santander, em suas palestras.

Diversidade cognitiva é a inclusão de pessoas que têm estilos diferentes de solucionar problemas e podem oferecer perspectivas únicas porque pensam de maneira diferente. Observe que não estou falando apenas de raça, gênero ou religião.

Considerar diferenças de opiniões, visões divergentes e diferentes bases experienciais costuma ser desafiador no ambiente profissional e familiar, mas uma condição primordial para sermos criativos, pois o resultado é uma perspectiva mais rica e precisa do mundo.

2.    Como ser original estando num ambiente homofílico?

Homofilia é um termo oriundo da biologia que mostra a semelhança que se deve a uma mesma origem ou a um antecessor.  

Observe como nossas redes de contato estão cheias de pessoas com experiências, visões e crenças semelhantes, isso além de dificultar a percepção de originalidade de nossa identidade, acaba produzindo clones e que muitas vezes podem assemelhar-se a zumbis por conta da osmose social que nivela à medida que as pessoas convergem para as suposições dominantes.

Veja o exemplo trazido pelo livro: O que você esperaria de alguém que mora dentro de uma caverna, não muita coisa, certo? E se esse alguém elaborou um plano que marcou o dia 11 de setembro? Com esse exemplo você consegue entender o impacto da homofilia na originalidade?

Segundo mostram vários artigos científicos e livros, o grupo de pessoas mais bem selecionado e preparado do planeta não foi capaz de prever o 11 de setembro por serem muito semelhantes e por isso verem o mundo de uma forma muito obtusa.  

3. Como ter iniciativa estando dentro de uma câmara de eco?

Pensar que você só consume aquilo que você escolhe é uma utopia, nossos estilos de vida estão muitas vezes baseados em escolhas influenciadas por crenças e ideias que não são nossas.

Câmara do eco é uma descrição metafórica de uma situação em que informações, ideias ou crenças são amplificadas ou reforçadas pela comunicação e repetição dentro de um sistema definido. Sem perceber, cada um de nós vive numa câmara cercados por clones iguaizinhos a nós mesmos.

Dentro desse ambiente, as fontes dominantes continuamente são inquestionáveis e opiniões diferentes ou concorrentes são censuradas ou desautorizadas. Alguma semelhança com o dia a dia das suas redes sociais ou com o atual cenário político?

A maioria desses ambientes dependem de doutrinação e propaganda, a fim de disseminar informação, sutil ou não, de modo a atrapalhar os que estão presos na câmara e a evitar que tenham habilidades de pensamento cético necessárias para duvidar do eco.

O efeito mais nefasto é que quando estamos nessa câmara nos sentimos incapazes de tomar decisões e assumir iniciativas, pois nela somos conduzidos a uma postura extremamente crítica a qualquer coisa diferente do eco.

CRIATIVIDADE, ORIGINALIDADE E INICIATIVA NA PRÁTICA

Pessoas que foram criadas numa realidade muito diferente de seus modelos mentais, como por exemplo os imigrantes, são um bom exemplo sobre a relevância dessa habilidade. Por serem privados da homofilia, por serem retirados de suas câmaras de eco são expostos a altas doses de diversidade cognitiva por conviverem em outro status quo e experimentarem novos paradigmas o que reduz seus pontos cegos estimulando a criatividade, originalidade e inovação:

Como exemplo disso temos: Walt Disney, Henry Ford e Elon Musk.

Temos também inúmeros casos brasileiros, por exemplo: a família Nakaya, fundadora da Sakura, a família Saraiva, fundadora da rede de fast food Habib’s e a família Bauducco.

Entretanto, se você não é um imigrante vivendo em terras estrangeiras, e, ainda assim quer aprender a ter uma boa mistura desses três elementos, sugiro as dicas a seguir:

DICAS PARA DESENVOLVER ESSA HABILIDADE

  1. Use sua experiência como combustível para sua criatividade; encare os seus problemas como oportunidade de aprender coisas novas
  2. Você não precisa deixar de ser você para ter sucesso, invista em seu autoconhecimento para identificar suas forças, talentos, virtudes e valores
  3. Não espere por um milagre, tome iniciativa tenha uma atitude proativa perante os desafios e seja um exemplo de ser humano na vida profissional e pessoal
Sugiro alguns livros para entender um pouco mais sobre as armadilhas que comentei nesse artigo e como evitá-las:
  • Rápido e Devagar: duas formas de pensar de Daniel Kahneman
  • Previsivelmente Irracional de Dan Ariely
  • Misbehaving de Richard Thaler

PARA PENSAR NA CAMA

E como última reflexão deixo um trecho do discurso de David Foster Wallace no Kenyon College em 2005, sobre a cegueira de perspectiva, classificado pela Time como um dos melhores discursos de boas-vindas já registrados.

Ele começa falando de um tanque de peixes. “Dois peixes jovens estão nadando e encontram um mais velho indo para outro lado, que acena com a cabeça e diz: “Bom dia, rapazes, como está a água?” E os dois jovens peixes continuam nadando, até que se olham e um deles diz: “Que diabos é isso de água?”

Por Rebeca Toyama – Fundadora da ACI

0 IMG_1756
ACI e Lar Sírio
Livro Carreira Saudável 05
Congresso 03

Aulas Gratuitas

Comece sua jornada agora mesmo com nossos conteúdos sem custo!