Essa é uma frase muito mencionada aqui na ACI. Num mundo em profundas transformações a principal pergunta não é mais onde estamos, ou para onde vamos, mas sim: Quem somos?
Diante desse quadro, estamos sempre nos questionando: Como liderar ou formar líderes em meio a algoritmos que tomam decisões por nós o tempo todo de forma silenciosa, numa sociedade que desde sempre parece impor que sejamos algo diferente do que somos? Ser autêntico parece ser algo muito distante de nossa realidade.
Mas, nos perguntamos também: como inspirar nossas equipes não sendo nós mesmos? Como ter uma carreira saudável sendo algo que não somos? Como ser sustentável sem habilidades como: criatividade, originalidade e iniciativa, que ocupam uma das primeiras posições no Relatório Futuro do Trabalho do Fórum Econômico Mundial?
Na busca de respostas, descobri que não existe uma receita única, mas sim, um caminho autêntico, pois cada líder tem sua jornada, e esse mapa pode ser encontrado ao conhecer a liderança autêntica.
A Liderança Autêntica tem contribuído com muitos líderes e empresas que temos atendido. É importante entender que esse conceito foi definido por pesquisadores na área de Psicologia e pode ser compreendido como um padrão de comportamento do líder. De acordo com eles, sob esse padrão, o líder autêntico toma por base e promove capacidades psicológicas positivas e um clima positivo de ética. Ele se ocupa com seu autodesenvolvimento positivo, ao mesmo tempo estimulando também o desenvolvimento de seus seguidores.
Nós nos aprofundamos no conhecimento da Liderança Autêntica quando conhecemos e começamos a aplicar a Escala de Avaliação do Líder Autêntico (EALA). Antes de começarmos essas aplicações, tivemos muita dificuldade com as ferramentas existentes, pois nenhuma delas se mostrava apta a atender as demandas tão complexas e profundas que empresas e líderes estão enfrentando.
A EALA, escala desenvolvida por Isabel Campos e Fabian Javier Marín Rueda, doutores em Psicologia com concentração na área de Avalição Psicológica, mostra que um líder autêntico é uma pessoa que conhece, de fato, quem ela é, quais são suas forças e fraquezas, suas crenças e seus valores, e que interage transparentemente com outras pessoas, de forma congruente com esses valores e crenças. O líder é visto como alguém consciente também a respeito da perspectiva dos outros, bem como do contexto em que operam conjuntamente e compreende como suas decisões impactarão esses outros. Algumas características de um líder autêntico são a confiança, a esperança, o otimismo, a resiliência e um alto padrão moral e ético. Por meio delas, o líder é capaz de aprimorar o engajamento, a motivação, a satisfação e o envolvimento de seguidores, de forma a melhorar seu desempenho e seus resultados, criando uma identificação pessoal com o seguidor e uma identificação social com a organização. Não é esperado que um líder seja totalmente autêntico, ou totalmente inautêntico, mas que se apresente como “mais autêntico”, ou “menos autêntico”. É importante, ainda, notar que as habilidades do líder podem ser desenvolvidas com vistas a tornar-se um líder cada vez mais autêntico.
De acordo com os autores do instrumento, a EALA mensura as 4 características de um líder autêntico:
- Autoconsciência – refere-se à sua habilidade de demonstrar compreensão sobre suas forças e fraquezas e às múltiplas facetas comportamentais que você pode apresentar. Isso inclui a habilidade de alcançar insights por meio da exposição a outros e ser capaz de conhecer o impacto que você causa em outras pessoas.
- Processamento balanceado – refere-se à demonstração de quanto você analisa objetivamente todos os dados relevantes antes de tomar uma decisão, solicitando, por parte de outros, pontos de vista que podem desafiar suas mais profundas e seguras posições.
- Perspectiva moral internalizada – refere-se a quanto você é fiel a seus valores internalizados, tomando-os por base em seu processo de tomada de decisão. Isto é, o quanto você é capaz de decidir de acordo com seu próprio padrão de comportamento e seus valores morais internos e não por pressões do grupo, da organização ou da sociedade.
- Transparência de relacionamento – refere-se ao nível de autenticidade demonstrada na sua relação com outras pessoas (no caso, os liderados). Demonstra quanto você se apresenta como “você mesmo”, ao invés de apresentar um eu fantasiado ou distorcido. Apresentar-se de forma autêntica promove a confiança, por meio do compartilhamento de informação e pela expressão de pensamentos e sentimentos verdadeiros.
Tivemos oportunidade de notar em trabalhos desenvolvidos pela ACI que os resultados obtidos por meio da aplicação da EALA têm ajudado líderes e empresas a identificarem aspectos que precisam ser aprimorados para o exercício de uma liderança sustentável. Quando temos clareza sobre o que deve ser desenvolvido e o quão longe ou perto estamos, conseguimos concentrar esforços e sermos mais assertivos e ágeis no treinamento e desenvolvimento de talentos.
Minha experiência tem me mostrado que o caminho mais curto na formação de líderes é aquele que parte de forma autêntica de quem esse líder é. Tentar criar atalhos forjando uma persona que não é genuína, além de alongar o caminho tem apresentado impactos negativos para a saúde mental dos colaboradores e resultados do negócio.
Por isso, saber quem somos na fila do pão é tão importante para nós aqui na ACI.
Se quiser conversar mais sobre como a aplicação da Escala de Avaliação do Líder Autêntico pode ajudar você ou sua empresa, entre com contato com a nossa equipe. (11) 94446-3888
Por Rebeca Toyama MSc, fundadora da ACI – Academia de Competências Integrativas e porta-voz da ODS 8 no Liderança de ImPacto do Pacto Global da ONU, atua como mentora de carreira e palestrante sobre temas relacionados à liderança e saúde mental. Administradora e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP