Antes de falarmos sobre o tema, precisamos entender seu real significado. Sustentabilidade é a capacidade de criar formas de suprir as necessidades básicas do presente sem afetar as gerações futuras, normalmente se relaciona com ações econômicas, sociais, culturais e ambientais. É também a qualidade ou propriedade do necessário à conservação da vida.
Não existe planeta B
Dito isso, é inegável a importância de conhecermos e debatermos cada vez mais o tema em todos os espaços da nossa convivência. A frase “não existe planeta B” é muito conhecida e pode parecer assustadora, mas é real e deve ser levada em consideração, afinal, não temos uma segunda opção de casa.
Empresas e o greenwashing
Elas precisam se preocupar com essas questões e esse fenômeno tem sido mais comum. Porém, ainda há quem se aproveite de falsas medidas para autopromoção, conhecida como greenwashing, lavagem verde ou maquiagem verde. Trata-se de uma falsa camuflagem de ações sem um real impacto e mentiras com intuito de enganar.
Apesar de ser uma prática muito vista, há organizações realmente preocupadas com o futuro do mundo e investindo verdadeiramente em ações efetivas contra o aquecimento global. Além do impacto no nosso ecossistema, há também uma preocupação alta com a própria imagem.
Dados e mais dados
Um levantamento realizado entre 2015 e 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou: a maioria das corporações icorpora em sustentabilidade ambiental o fazem em busca de uma melhoria na imagem institucional. Dentre cerca de 117 mil organizações com mais de dez pessoas ocupadas, apenas 39,3 mil (33,6%) foram consideradas inovadoras. Dessas, menos da metade (15,9 mil) investiu em sustentabilidade ambiental. Para chocar ainda mais, para 59,4% o objetivo era melhorar a reputação institucional e 54,3% o foco era na adequação aos códigos de boas práticas ambientais.
A responsabilidade corporativa
Os motivos podem ser variados, mas o importante é entender o tema e dar seu devido reconhecimento e relevância. Marcus Nakagawa é coordenador do Centro ESPM de Desenvolvimento Socioambiental e declara: “a sustentabilidade dentro do contexto corporativo pode sim melhorar as condições do nosso planeta. Se as empresas começassem a utilizar menos o carvão, petróleo e gasolina, poderíamos ter muito menos emissões de carbono e com isso, a questão do aquecimento global diminuiria. Falamos também do cuidado com as pessoas, dos resíduos, economia circular, e muitas outras questões para as indústrias prestarem atenção.”
Rebeca Toyama, especialista em carreira, foi questionada sobre qual é o papel do líder na hora de implementar essas práticas. Para ela, “o primeiro tópico é ser um excelente exemplo de sustentabilidade, uma referência no assunto. Não adianta a gente expressar uma preocupação na fala e nas ações ser totalmente oposto. O segundo aspecto é incentivar a implantação de ações internas, cuidar do copinho, da destinação do lixo, do uso de papel em procedimentos internos, da iluminação no escritório. Já o terceiro é trazer essas práticas e incentivá-las na produção e na entrega do serviço.”
A responsabilidade é de todos
Grande parte da poluição emitida no planeta hoje é culpa das indústrias. Reduzir esses processos é essencial. Porém, a responsabilidade é geral. Duda Visentin é criadora do @mareecologica e estudante de oceanografia da Uerj e comenta: “todos nós devemos nos preocupar com o futuro do planeta. Ele está nos mostrando, nos dando indícios de esgotamento. Nós usamos seus recursos muito além do oferecido e não estamos adaptando a nossa maneira de consumir a isso. Continuamos usufruindo mais e mais. Então, é preciso ter esse pensamento ecológico, principalmente nas indústrias, onde produzimos as coisas. Todos nós devemos nos preocupar e sermos consumidores conscientes para pressionarmos essa virada de chave para a sustentabilidade de verdade.”
A pauta é urgente e precisamos investir nela a cada dia mais e mais. Nossa casa é aqui e não existe outra opção, a não ser focar em sustentabilidade. O progresso começa aos poucos, mas se não exigirmos das marcas uma postura e posicionamento consciente, não teremos mais futuro.
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